Servidor de MG preso em operação contra fraude na mineração foi exonerado 4 dias antes; governo diz que saída se deu após 'fofoca'

Servidor deixou governo de MG quatro dias antes de ser preso em operação contra mineração O ex-presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Ro...

Servidor de MG preso em operação contra fraude na mineração foi exonerado 4 dias antes; governo diz que saída se deu após 'fofoca'
Servidor de MG preso em operação contra fraude na mineração foi exonerado 4 dias antes; governo diz que saída se deu após 'fofoca' (Foto: Reprodução)

Servidor deixou governo de MG quatro dias antes de ser preso em operação contra mineração O ex-presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Rodrigo Gonçalves Franco, deixou oficialmente o cargo e o governo de MG no último sábado (13), quatro dias antes de ser preso na Operação Rejeito, deflagrada nesta quarta-feira (17). Outros três servidores foram exonerados nesta quarta, em edição extra do Diário Oficial do Estado. A operação, iniciada pela Polícia Federal (PF), apura um esquema de corrupção e concessão irregular de licenças ambientais ligadas à mineração. Segundo a PF, Franco teria recebido propina para viabilizar autorizações e decisões administrativas favoráveis a empresas da organização criminosa, que atuava pelo menos desde 2020. Em entrevista coletiva concedida nesta quarta, o governo de Romeu Zema (Novo) confirmou que tinha conhecimento de indícios de irregularidades envolvendo Franco por meio de "burburinhos e fofocas". Por isso, segundo o governo, "tomou a medida administrativa mais drástica" que estava na alçada do Executivo. "A gente, como não tem poder de polícia, tomou a medida administrativa mais drástica que a gente podia tomar, exonerando esse servidor, uma vez que a gente não podia ficar aguardando mais problemas serem causados. Então, a gente, apenas por indícios, tomou essa decisão", declarou Bernardo Santos, secretário de Comunicação Social do governo. O g1 tenta contato com a defesa de Rodrigo Gonçalves Franco. Rodrigo Gonçalves Franco, preso preventivamente em operação nesta quarta-feira (16). Guilherme Bergamini/ALMG Outros servidores exonerados Além de Franco, outro integrante do governo foi preso na operação: Arthur Ferreira Rezende Delfim, diretor da Feam. Ele acabou exonerado junto com outros dois servidores, alvos de mandados de busca e apreensão (entenda mais abaixo). Nesta terça-feira (16), um dia antes da prisão, Delfim representou o governo de Minas Gerais em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre as mudanças no licenciamento ambiental para atividades rurais. As alterações nas regras foram aprovadas pelo Conselho de Política Ambiental (Copam), órgão do qual ele faz parte, em julho. Também foram alvos de mandados de busca e apreensão Fernando Baliani da Silva, diretor de Gestão Regional da Feam, e Breno Esteves Lasmar, diretor do Instituto Estadual de Florestas (IEF). "Hoje, em uma edição extra do Diário Oficial [...] vão ser afastados alguns servidores que estão sendo investigados. É bom lembrar que, no universo da Secretaria de Meio Ambiente e da Feam, são poucas pessoas. A gente não compactua com qualquer tipo de corrupção", complementou o Secretário de Comunicação Social. A edição extra foi publicada no final da tarde de quarta. O governo exonerou Arthur Ferreira Rezende Delfim, Fernando Baliani da Silva e Breno Esteves Lasmar. Também foi revogada uma bonificação que Breno Esteves Lasmar recebia. Esses funcionários envolvidos no esquema tinham cargo comissionado (ou seja, não eram concursados) e recebiam entre R$ 9 mil e R$ 13 mil. Em nota, o governo de Minas afirmou que "não compactua com desvios de conduta de servidores" e que está tomando todas as medidas administrativas cabíveis, incluindo a exoneração e afastamento dos envolvidos. Informou, ainda, que ilícitos que possam ter influenciado decisões do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) poderão ser revistos. A atual gestão declarou que segue colaborando com as autoridades para "garantir a apuração idônea dos fatos e a punição exemplar dos responsáveis". O g1 tenta contato com as defesas dos acusados. Arthur Ferreira Rezende Delfim, diretor da Feam, preso na operação desta quarta. Willian Dias/ALMG Infográfico - Operação Rejeito, da Polícia Federal, revelou esquema de mineração ilegal em MG. Arte/g1 Vídeos mais assistidos do g1 MG