CPI da Saúde inicia trabalhos para apurar suposto desvio de R$ 6,5 milhões em Uberlândia
Câmara de Uberlândia realiza primeira sessão da CPI da Saúde A Câmara Municipal de Uberlândia deu início aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inqué...
Câmara de Uberlândia realiza primeira sessão da CPI da Saúde A Câmara Municipal de Uberlândia deu início aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um suposto desvio de cerca de R$ 6,5 milhões do programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde. O esquema foi descoberto pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) durante a Operação 'Tratamento Fantasma', deflagrada em julho deste ano. A primeira reunião oficial da CPI ocorreu nesta segunda-feira (24), na sala João Pedro Gustin, na Câmara Municipal de Uberlândia. O primeiro encontro, no último mês, havia sido realizada apenas para definição dos membros da comissão. 🔍 O Tratamento Fora do Domicílio (TFD) é um programa do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferece transporte, hospedagem e auxílio financeiro a pacientes que precisam realizar tratamento médico em outra cidade, quando este não está disponível no município de origem. ➡️ Clique aqui e siga o perfil do g1 Triângulo no Instagram O vereador Ronaldo Tannús (PSDB) foi definido como presidente da comissão, e o vereador Neemias Miquéias (Podemos) será o relator. Além deles, integram a CPI os vereadores Professor Conrado Augusto (MDB), que foi o autor da CPI, além de Jair Ferraz (PP) e Pezão do Esporte (DC). O assessor parlamentar Lucas Nunes da Silva foi designado para auxiliar nos trabalhos. Reunião marcada por pedido de arquivamento A reunião desta segunda-feira foi marcada pela aprovação de três requerimentos. O primeiro deles, apresentado pelo presidente da comissão, vereador Ronaldo Tannús, solicita que a Procuradoria da Câmara avalie o objeto da investigação e emita um parecer jurídico sobre a possibilidade de continuidade dos trabalhos internos ou o arquivamento da CPI. Já os outros dois requerimentos, de autoria do vereador Prof. Conrado Augusto, pedem acesso às informações já levantadas pelo Ministério Público e às apurações realizadas pela Prefeitura de Uberlândia. A intenção, segundo o parlamentar, é reunir todos os dados disponíveis no âmbito da CPI para aprofundar a análise sobre possíveis irregularidades na área da Saúde municipal. A próxima reunião está prevista para o dia 2 de dezembro. Caso os trabalhos prossigam, a comissão tem 60 dias para concluir as investigações a partir da criação da CPI, podendo prorrogar o prazo se necessário. Além de apurar o suposto desvio de recursos do TFD, o objetivo é investigar possíveis relações do esquema com contratos de Organizações Sociais em Saúde e laboratórios ligados à Secretaria Municipal de Saúde. Em nota, a Prefeitura de Uberlândia esclareceu que a denúncia que originou a investigação do Gaeco foi feita pelo próprio Município no início do ano, assim que tomou conhecimento da situação. A gestão informou que acionou seus órgãos de controle e o Ministério Público, instaurou sindicâncias, processos administrativos disciplinares e auditorias internas. LEIA TAMBÉM: Quadrilha de Uberlândia que enganava vendedores por redes sociais é identificada VÍDEO: Homem é preso após furtar botijões de gás durante entrega Trabalhador é resgatado após 15 anos sem férias, assistência médica e salário de R$ 200 Reunião da CPI da Saúde em Uberlândia Aline Rezende/CMU Como funcionava o esquema De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o grupo criminoso atuava fraudando procedimentos do TFD com nomes de pessoas que não necessitavam de tratamento médico fora do município, os chamados “laranjas”. As pessoas eram cadastradas como pacientes e tinham valores depositados em contas bancárias com base em documentos fraudados e nos procedimentos forjados pelo grupo. Em muitos casos, os próprios beneficiários afirmaram ao Ministério Público que não tinham qualquer doença nem conhecimento das movimentações bancárias feitas em seus nomes. Uma assistente social, servidora pública, é o principal alvo da operação. O nome dela não foi divulgado pelas autoridades. Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além da quebra de sigilos telefônico e bancário e da indisponibilidade de bens dos investigados. Ainda conforme o MPMG, parte dos valores repassados era utilizada na compra de joias e na contratação de serviços diversos, sendo o restante devolvido à servidora e a outros integrantes do esquema. Anexo da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia Reprodução/Secom MPMG investiga desvio de verbas da saúde em Uberlândia VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas